Brusque é um município brasileiro do estado de Santa Catarina. A cidade de Brusque, no Vale Europeu, em Santa Catarina, é um importante destino turístico pelas belezas naturais e arquitetônicas, peculiaridades históricas e por seu grande potencial em compras de vestuário e tecidos na pronta entrega, com grande variedade e qualidade a preços diretos de fábrica. Localiza-se a uma latitude 27º05’53” sul e a uma longitude 48º55’03” oeste, estando a uma altitude de 21 metros. Sua população recenseada em 2014 era de 119.719 habitantes considerando-se uma cidade média, sendo a 12ª maior cidade em população, maior número de carros por habitantes, 2° melhor cidade para se viver em Santa Catarina e 45°no Brasil .Possui uma área de 283,446km²7.
História
Presença Indígena – Antes da colonização, os Xokleng ocupavam um território em “movimento”, pois mantinham uma disputa secular com os Guaranis e os Kaingangs para controlar o território da região onde a cidade se situa.
Colonização – A história da colonização da atual região de Brusque tem início nas terras localizadas à margem direita do rio Itajaí-Mirim. Neste local destinado à sede da Colônia Itajahy (Brusque), já havia a presença de outros imigrantes que exploravam a extração de madeira, sendo Pedro Werner, Franz Sallentiem e Paulo Kellner. No entanto, Vicente Ferreira de Mello, conhecido como Vicente Só, foi um dos primeiros a adentrar a mata e estabelecer moradia no alto de um morro, morro qual hoje se vê a Igreja Católica, localizada no bairro Centro I.
A imigração começa de fato com a chegada do nobre austríaco Barão von Schneeburg, que liderava 54 imigrantes alemães, oriundos do Grão-ducado de Baden, sul da Alemanha, em 4 de agosto de 1860. O núcleo foi batizado de “Colônia Itajahy”. Nos anos seguintes, novos grupos de pessoas oriundas das mais diversas regiões do que mais tarde foi denominado Alemanha chegaram ao município10 . Em 17 de janeiro de 1890, a cidade foi batizada de Brusque, em homenagem a Francisco Carlos de Araújo Brusque, presidente da província11 de Santa Catarina na época da fundação da colônia, gaúcho nascido em Porto Alegre em 24 de maio de 1822. O município foi instituído em 23 de março de 1881, ainda com nome de São Luis Gonzaga, recebendo o nome atual em 1890. Portanto, as comemorações do centenário (4 de agosto de 1960) e sesquicentenário (4 de agosto de 2010) se referem à chegada dos colonos alemães e não à criação do município de Brusque. A cidade herdou as características alemãs de seus colonizadores: na arquitetura, na comida, nas festas populares, etc. Entretanto, outros povos legaram contribuições étnicas às levas de germânicos. Em 10 de março de 1867, chegaram os primeiros colonos de língua inglesa, especialmente os irlandeses e os britânicos. A colônia recebeu mais de 1.500 colonos vindos da Europa e dos Estados Unidos, fugindo da Guerra de Secessão. Depois, em 1875 chegaram os primeiros imigrantes italianos e, mais tarde, os poloneses. Alguns polacos trouxeram consigo técnicas de tecelagem, e fábricas foram fundadas na cidade.
Colonização Polonesa – A geógrafa e pesquisadora Maria do Carmo Ramos Krieger Goulart14 informa que desembarcaram na Villa do Itajahy, 16 famílias da Silésia, região que se encontrava sob o domínio Prussiano. Seu destino eram as terras da Colônia Príncipe Dom Pedro, nos idos de 1869. Registra a autora que foi nesse ano que ocorria o primeiro nascimento de imigrantes poloneses, tratava-se de Izabella Kokot, nascida em 12 de novembro de 1869, em Brusque.No entanto, para confirmar a presença Polonesa nas terras de Príncipe Dom Pedro e, posteriormente, de Porto Franco (Botuverá), preferimos citar o livro “Dívidas Coloniais”, que contém a relação nominal dos poloneses estabelecidos na região, como também a contabilidade de suas dívidas, a relação inicia-se em outubro de 1890 e continua até fevereiro de 1893:
Colonização Italiana – O ano de 1875 marca o fluxo de uma grande corrente imigratória, era a colonização italiana. Informa-nos a autora Roselys Isabel Correia dos Santos no livro “A colonização italiana no Vale do Itajaí-Mirim”, que “na direção do atual município de Botuverá, antigo Porto Franco, no médio vale, em terrenos que constituíram a antiga Colônia Príncipe Dom Pedro, os mesmos que foi canalizada a maioria dos imigrantes italianos”, no entanto, os terrenos eram poucos aproveitáveis para a agricultura, destaca-se a exploração da madeira.
As localidades ou linhas de colonização onde inicialmente estabeleceram-se os colonos italianos foram Azambuja, Poço Fundo e Águas Claras. Também foram ocupadas as margens do Ribeirão Alferes, no Vale do Rio Tijucas, onde foi criado o núcleo Nova Trento. Mais tarde, ocuparam as terras da extinta Colônia Príncipe Dom Pedro, nas localidades compreendidas entre Cedrinho e o distrito Porto Franco, atual Botuverá.
Industrialização – Brusque é conhecida como “Berço da Fiação Catarinense” e “Cidade dos Tecidos” pois foi na cidade que se iniciou um dos maiores polos têxteis de Santa Catarina e do Brasil. João Bauer, em 1890, desenvolveu a primeira tentativa de produção de tecidos no município, contando com ajuda dos imigrantes poloneses, conhecidos como tecelões de Lodz. A segunda tentativa que logrou êxito aconteceu com o apoio de Carlos Renaux, comerciante, que instalou teares de madeira rústicos, construídos pelos próprios poloneses, dentro do depósito de sua casa de comércio em 1892, fundando a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A., um dos ícones da indústria no Sul. Em 1898, surgiu a Buettner e em 1911 a Schlösser.
Essas indústrias dominaram a principal atividade econômica da cidade durante a maior parte do século XX, até no final dos anos 80. Ainda hoje é um dos setores mais fortes da economia local, agregando nomes importantes na área de malhas e serviços têxteis.
Foi em Brusque que se originaram as primeiras geladeiras da marca Consul, em 1945. O incentivo do Cônsul Carlos Renaux, que fomentou uma pequena oficina para protótipos e testes, propiciou a criação de uma das maiores indústrias de refrigeração do Brasil. Poucos anos depois, em 1950, a fábrica Cônsul se estabeleceu definitivamente em Joinville, no norte catarinense. A indústria metalmecânica também prosperou na cidade. A primeira indústria metalúrgica de Brusque foi a Fundição Hércules S.A. As principais indústrias desse segmento se concentram na área automotiva, de grande projeção nos mercados interno e de exportação, como a ZM S.A., Zen S.A., 3RHO e a Remy. No setor de máquinas, equipamentos eletromecânicos e serviços metalúrgicos, outros nomes se destacam como a Irmãos Fischer, Siemsem, Kimak, Metalúrgica Brusque, Embreex, Fundição Hércules, Metalúrgica BOMASI entre outras. A área de confecções, que surgiu durante os anos 80, estabeleceu na cidade centenas de pequenas e médias empresas. Destaca-se a Colcci, marca originalmente criada em Brusque e de grande projeção nacional. Segundo o IBGE, Brusque está entre as dez maiores economias de Santa Catarina e na posição 184 entre os municípios brasileiros.
Infraestrutura
Transporte – Possui sistema integrado de transporte municipal, com um terminal (Centro), operado pelas empresas Santa Luzia Transporte e Turismo Ltda. e Santa Teresinha Transporte e Turismo LTDA. No ano de 2010 foi iniciado um processo de mudanças no sistema de transportes da cidade, sendo o processo licitatório foi questionado judicialmente. Na ocasião, foi instalado um novo sistema de transporte coletivo, chamado “Nosso”, alterando o sistema de ônibus com o uso de cartões substituindo os vales-transporte de papel. O novo sistema conta também com a ampliação do número de linhas da rede de ônibus e maior número de horários, totalizando 48 linhas transportando em média 240 mil passageiros mensalmente.
Clima – O clima de Brusque, segundo Köppen, classifica-se como mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, apresentando uma temperatura média anual de 26°C. A Temperatura Mínima Anual é de 0°C e a Temperatura Máxima Anual é de 40°C, sendo comum ocorrência de temperaturas negativas em bairros mais altos e afastados do centro. Em 23 de Julho de 2013, Brusque foi uma das várias cidades registrar ocorrência de chuva congelada e neve no Vale do Itajaí, sendo a cidade mais ao norte do Hemisfério Sul, a receber neve no centro da cidade (em cidades sem influência da altitude), no ano de 2013, o que ocorreu durante pouco minutos no centro da cidade, durante a madrugada. A umidade relativa do ar é permanentemente úmida, com uma média anual de 65,0%. Quanto à pluviosidade, a quantidade de chuvas gira em torno de 2.000mm anuais. A média do mês mais quente é de 25 graus centígrados e a média do mês mais frio é de 15 graus centígrados.
Turismo – Durante a década de 1980 o município e em especial a região do Vale de Azambuja, ficaram conhecidos como a Capital da pronta-entrega. Após a estabilização da inflação, com a criação do Real em 1994, aliado à construção de centros comerciais como Stop Shop e FIP na Rod. Antônio Heil, a região de Azambuja perdeu seu foco comercial. Destacam-se no comércio as lojas FIP 1 e 2, Stop Shop, Bruem, All Shopping, Le Mund, e a Havan, um grande centro varejista criado pelo brusquense Luciano Hang. Brusque é um importante polo industrial (principalmente nos setores têxtil e metalúrgico).
Destaca-se também o Parque Zoobotânico, com 220.000m2 de área preservada, onde vivem cerca de 650 animais de 135 espécies diferentes, mantidos o mais próximo possível do seu habitat natural. Um teleférico de 578m liga o Parque Leopoldo Moritz, permitindo a visão de boa parte da cidade e da Mata Atlântica. Aberto em 2014, o Parque das Esculturas também tornou-se local de turismo, tendo mais de 40 obras em céu aberto feitas em mármore por artistas de diversos países.
Junto ao Parque Leopoldo Moritz encontra-se um Avião North American T6-D da Segunda Guerra Mundial, que encanta os visitantes. Para quem gosta de flores, vale visitar o Orquidário e Bromeliário, onde existem mais de 300 espécies de orquídeas e bromélias, regionais e híbridas, obtidas através de sementes de matrizes importadas.
Outro atrativo educativo é o Observatório Astronômico Tadeu Cristóvam Mikowski, na Avenida das Comunidades, também no centro. Sua maior atração é o grande telescópio Cassegraniano de 300 milímetros de lente, equipado com telescópio solar, telescópio fotográfico Newtoniano e câmara CCD. Considerado um dos melhores do Brasil, o equipamento é capaz de proporcionar um aumento de até 2,3 mil vezes e tem contribuído para importantes pesquisas.
O Santuário de Azambuja é procurado por milhares de devotos todos os anos. A devoção é originária de Caravaggio, norte da Itália, trazida para Brusque pelos imigrantes italianos em 1875 que ali se firmaram. A sombra do Santuário encontra-se o Hospital Arquidiocesano, Gruta de Nossa Senhora de Azambuja, Morro do Rosário, Asilo de Idosas e Seminário Menor e Filosófico Arquidiocese de Florianópolis, e o Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, formando um complexo de construções históricas. O Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, ou Museu de Azambuja, conta com um acervo de mais de cinco mil peças, agrupadas em coleções de Arte Sacra, geologia, botânica, zoologia, numismática (moedas e medalhas), etnologia, armaria, pinacoteca e usos e costumes do imigrante. São peças que vieram de todas as regiões de Santa Catarina e do mundo, tornando-o o mais importante do Sul do país.
O Paço Municipal, formado pela Prefeitura, Fórum e Câmara de Vereadores, a Ponte Estaiada Irineu Bornhausen, a Arena Multiuso Antônio Neco Heil – casa do Brusque/Br Telecom que competia na Liga Nacional de Vôlei Feminino, o Terminal Urbano Balthazar Bohn, a Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, a Colina Evangélica, a Casa de Brusque, o Parque das Esculturas e a Praça Barão Von Schneeburg são outros pontos visitados por turistas, entre tantos. O patrimônio histórico e arquitetônico da cidade, com vários casarões e edificações de várias épocas, ainda deslumbram os visitantes. Podemos citar o casarão Maluche, a Villa Quisisana, alguns casarões remanescentes na rua Hercílio Luz, a casa de antigo comércio em Dom Joaquim, além diversas outras espalhadas pela área central e alguns bairros da cidade.
Culinária – O prato típico da região é o marreco com repolho roxo, herdado da culinária alemã. A cidade criou a Festa Nacional do Marreco – Fenarreco – que acontece em outubro, juntamente com a Oktoberfest de Blumenau. A festa tem como prato principal o marreco, mas o chope, as danças tipicas germânicas, a música e a alegria são complementos fundamentais nesse enredo.Por esses e muitos outros motivos, a cidade chama a atenção cada vez mais, atraindo pessoas de todo o país e exterior. Entre os turistas estrangeiros, os argentinos (pela proximidade) e os alemães (pela cultura que a cidade apresenta) são constantemente encontrados em Brusque. Também devido a herança cultural alemã e italiana, a cidade se destaca por suas padarias e docerias, com seus bolos, cucas, tortas, pães e geleias.
Esportes – Brusque é uma cidade pioneira no meio esportivo catarinense. O primeiro Clube de Caça e Tiro, ou Schützenverein, de Santa Catarina e mais antigo do gênero na América Latina – Clube Caça e Tiro Araújo Brusque] foi fundado em 14 de julho de 1866. Em 1900 fundou-se a Sociedade Esportiva Bandeirante, clube que sempre esteve na vanguarda esportiva da cidade, com times de Voleibol, Basquete, atletas de Tênis e outros esportes. Foi palco da primeira edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Em 1913 fundou-se o primeiro clube de futebol de Santa Catarina, o Sport Club Brusquense, que depois mudou de nome para Clube Atlético Carlos Renaux, bi-campeão catarinense (1950 e 1953).
Em 1918, fundou-se o Clube Esportivo Paysandú, campeão da segunda divisão catarinense de 1986. Em 1984 ocorreu uma grande enchente na cidade, destruindo parte do patrimônio dos dois times. O Paysandú, menos atingido, conseguiu continuar por mais dois anos de atividades. Em 1987 ocorreu a “fusão” do futebol dos dois times (os patrimônios não foram envolvidos), criando assim o Brusque Futebol Clube, campeão catarinense de 1992 e tri-campeão da Copa Santa Catarina (“Copinha”). Em 1997 os dois times originais entraram com pedido de dissolução da fusão, o que levou a uma batalha judicial impetrada pelo Brusque FC, mas que foi vencida em todas as instâncias pelo Renaux e Paysandu, que a partir de 2003, puderam iniciar suas reestruturações. Atualmente o Brusque FC paa aluguel para jogar no Estádio Augusto Bauer, de propriedade do C.A. Carlos Renaux, já que não possui estádio próprio. Em 1960, realizou-se a primeira edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina, idealizados pelo brusquense Arthur Schlösser. Brusque possui também um time de Futebol Americano, o Brusque Admirals, que desde 2010 participa da Liga Brasileira de Futebol Americano. Tendo em vista o time de Rugby da cidade que vem se destacando a cada ano, tanto no masculino quanto no feminino, criado em 2010, disputando campeonatos como a Taça Norte de Rugby, Campeonato Catarinense XV e na modalidade 7’s. Em 2013 foi comemorado o Centenário do Clube Atlético Carlos Renaux, com uma grande festa e uma partida de futebol que trouxe para Brusque, pela primeira vez uma Seleção Brasileira de Futebol (Sub-21).
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